quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Princípios que embasam o trabalho com a estratégia de projetos na escola.

• O que são temas transversais?
• Como se dá a relação entre temas transversais e conteúdos disciplinares?
• Qual a contribuição da metáfora da rede para o conhecimento escolar?
• O que é um projeto?
• Qual a diferença entre programa curricular e estratégia?
• Quais os passos de um projeto escolar?
• Como a estratégia de projetos pode ajudar a reorganizar os espaços, tempos e relações nas escolas?
Muito se fala do trabalho com temas transversais e projetos nas escolas hoje em dia, mas é preciso saber se realmente os professores têm se apropriado destas questões de forma pertinente e se sua prática pedagógica tem sofrido mudanças de acordo com as transformações que a educação vem sofrendo.
O papel das disciplinas diante da concepção de conhecimento como rede de relações passa ser fundamental para a construção do conhecimento, pois possibilita maior circulação de informações sobre os temas transversais trabalhados, tirando os alunos da zona de conforto quando são colocados problemas a serem resolvidos por eles, trabalhados conteúdos significativos onde o objeto de estudo possui característica sociocultural real, além dos conhecimentos adquiridos estarem vinculado à realidade local.
A metáfora da rede deverá influenciar no planejamento de atividades, na realização de um trabalho conjunto que possibilite a articulação das diversas disciplinas do currículo de forma contextualizada, rompendo com as fronteiras existentes entre elas, propiciando um aprendizado mais complexo e globalizado.
Para apreendermos os princípios que embasam o trabalho com a estratégia de projetos na escola é necessário levar em conta como os temas transversais estão sendo trabalhados nas disciplinas, se estão sendo articulados com os conteúdos das disciplinas ou não, pois esta articulação é o principio da construção do conhecimento eficaz. Mas para isso acontecer é preciso realizar um trabalho com projetos que contemple um programa curricular pensado de forma colaborativa, com um planejamento pautado na reorganização dos espaços, tempos e relações nas escolas.
Os temas transversais de acordo com os parâmetros curriculares possibilitam um trabalho interdisciplinar utilizando vários temas que expressam conceitos e valores fundamentais para que o aluno venha se tornar cidadão participativo e crítico da sociedade contemporânea, assumindo papel importante como agente transformador desta sociedade na qual vivemos e não somente espectador das mudanças.
A interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade são um caminho que nos levam às metodologias eficazes de ação-reflexão-ação, que contemplam a aprendizagem de forma global e não fragmentada como ocorre quando não há um eixo articulador entre os conteúdos e as disciplinas das ar eas de conhecimento.
Para a realização de um trabalho com projetos exigirá um envolvimento e uma integração muito grande entre os pares, um trabalho coletivo que repense a finalidade deste projeto, que na maioria das vezes tem papel de resolução de problemas colocado pela realidade social da comunidade em que nossas escolas estão inseridas, pensando principalmente quais serão as reais contribuições dos professores das diversas áreas de conhecimento para que sejam alcançados os objetivos do projeto.
A inexistência de objetivos claros para o desenvolvimento de um projeto, bem com a real necessidade para o seu desenvolvimento, pode levar às resistências dos alunos na sua realização e sua participação efetiva. Os papéis que cada um envolvido neste processo deve desempenhar devem ser práticos e consistentes de forma a favorecer a participação de todos os envolvidos sem causar mal entendidos ou conflitos que gerem interpretações distorcidas da responsabilidade do grupo como um todo.
Quando pensamos na organização e construção de uma escola participativa, pensamos na reorganização do programa curricular que tenha como objetivo a melhoria da qualidade de aprendizagem dos alunos, mas não podemos pensar em reorganizar um programa curricular com conteúdos à serem trabalhado de forma interdisciplinar, por projetos ou outras modalidades organizativas sem que as estratégias proponham um trabalho equilibrado, baseado na resolução de problemas e em análise de resultados, que envolva os alunos com conteúdos significativos para que eles levantem novos problemas e discutam soluções alternativas, estabelecendo conexões com os conteúdos das diversas disciplinas que fazem parte deste programa curricular. Mas para isso acontecer, o professor deve conhecer seus alunos, o real problema que a escola apresenta, as reais dificuldades dos alunos, acompanhamento dos avanços ou não destes alunos, dando autonomia a eles, encorajando-os a levantarem hipóteses, discutirem e a sistematizarem seus conhecimentos para assim, perceberem as diferentes formas de resolver os problemas.
É necessário redimensionar o caminho que um projeto deve seguir e todos os pontos fundamentais para a sua realização, os envolvidos e seus papéis na realização do processo, e o planejamento adequado de cada passo a ser dado.
Deve ser estabelecida também, uma rotina que contemple o trabalho pedagógico, as ações educativas e como deve ser organizado o tempo, espaço, os materiais, as propostas que serão trabalhadas e as intervenções que deverão ser realizadas ao longo do processo.
O gerenciamento do tempo e a previsão de imprevistos no desenvolvimento de um projeto devem ser analisados e constantemente, e a avaliação neste processo se torna fundamental para seu replanejamento e para eventuais mudanças no curso das ações estabelecidas para se sucesso.

Eliana Prado

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