quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Relação professor x aluno

Cada dia mais se fala da relação professor-aluno sem ainda encontrarmos soluções para os conflitos gerados pela difícil relação humana, principalmente dentro das escolas. Professores e alunos se degladiam dentro da sala de aula para ver quem tem mais autoridade. A educação "que vem de casa" foi abolida pelas famílias que deixaram mais esta obrigação para nós professores, deixando-nos covardemente sozinhos na difícil tarefa de educar.

Somos nós, os déspotas que obrigam as indefesas crianças aprenderem a aprender, a compreenderem a necessidade de adquirir conhecimentos para a vida, para assim, transformar mentes na tentativa de mudar esta sociedade falida e desinteressada. Somos nós professores, que todos os dias acordamos achando que vamos tranformar o mundo e que todos os dias percebemos que estamos engando a nós mesmos.

Dizem que devemos conquistar nossos alunos com aulas diferenciadas que os encantem, como se fossemos capaz de despertar num estalar de dedos, alunos desinteressados, que nos odeiam pelo simples fato de sermos professores, que odeiam as disciplinas que lecionamos sem ao menos tentar entender para que servem todos os conteúdos que tentamos transmitir. Como despertar esta platéia?

Nesse sentido, torna-se prioridade selecionar conteúdos significativos levando em conta os conhecimentos prévios dos alunos (quase nenhum) para facilitar o aprendizado destes, elaborar atividades com uma boa sequência didática, organizar um planejamento das aulas pensando na gestão de tempo, gestão de pessoas, gestão de sala de aula, organizar uma rotina facilitadora para atender todos os alunos com olhar diferenciado para cada um, e ainda não esquecer de após todo o precesso de aprendizagem, fazermos a sistematização dos conhecimentos adquiridos pelos nossos alunos.

Parece simples!
Mas não podemos limitar esta observação em relação ao comportamento do professor com base no resultado do aluno. Muitos de nós professores buscamos de todas as formas, introduzir  processos inovadores como mediadores para superar as limitações que temos para gerenciar os conflitos gerados na sala de aula. Muitos realmente se esforçam e se frustram, pois quase nada dá certo!

Segundo Gadotti (1999, p.2), o educador para pôr em prática o diálogo, não deve colocar-se na posição de detentor do saber, deve antes, colocar-se na posição de quem não sabe tudo, reconhecendo que mesmo um analfabeto é portador do conhecimento mais importante: o da vida.

Segundo Paulo Freire (1996, p.96), o bom professor é o que consegue, enquanto fala, trazer o aluno até a intimidade do movimento do seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma cantiga de ninar. Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas.

Ainda segundo o autor, o professor autoritário, o professor licencioso, o professor competente, professor sério, o professor incompetente, professor irresponsável, o professor amoroso, o professor mal amado, sempre com raiva do mundo e das pessoas, frio, burocrático, racionalista, nenhum deles passa pelos alunos sem deixar sua marca.

A relação entre professor-aluno depende, fundamentalmente, do clima estabelecido pelo professor, da relação empática com seus alunos, de sua capacidade de ouvir, refletir e discutir o nível de compreensão dos alunos e da criação das pontes entre o seu conhecimento e o deles. Logo, o educador da era industrial com raras exceções, deve buscar educar para as mudanças, para a autonomia, para a liberdade possível numa abordagem global, trabalhando o lado positivo dos alunos e para a formação de um cidadão consciente de seus deveres e de suas responsabilidades sociais.

Enfim...
somos educadores, não desistimos nunca!
Amanhã a gente acorda e passa por tudo isso de novo!

Eliana Prado 25/01/2011

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